"Deus não será maior se o respeitas, mas tu serás maior se o servires. " Santo Agostinho

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quinta-feira Santa


O centro da celebração da Quinta-Feira Santa é a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial e o novo mandamento do amor que Jesus deu aos seus discípulos.
São João, o autor do quarto evangelho, não narra a instituição da Eucaristia, provavelmente, porque os outros três evangelhos e São Paulo já o haviam feito e, além do mais, quando João escreveu o seu evangelho no final do primeiro século, a celebração da eucaristia já era corrente nas comunidades cristãs.
Sabemos pelos evangelhos sinóticos e pela primeira carta de Paulo aos coríntios que, na noite, antes de sua Paixão, Jesus instituiu a Eucaristia. “O Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.

Jesus instituiu a Eucaristia, que é o sacramento, o memorial perpétuo das maravilhas de Deus realizadas por seu Filho Jesus. Jesus dá um sentido totalmente novo a páscoa judaica que ele celebrou com os seus discípulos, na noite, antes de ser entregue. A Páscoa judaica, como escutamos na primeira leitura do livro do Êxodo, é o memorial, isto é, a atualização da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito.
Na ceia, Jesus antecipa nos sinais do pão e do vinho o seu sacrifício e a entrega que ele fará no dia seguinte. O pão e o vinho são um sinal real e eficaz de Jesus que se entrega à morte para a salvação de todos num ato extremo de amor e de solidariedade para com a humanidade. É a nova e eterna aliança de Deus com a humanidade, selada no seu sangue.
Por duas vezes, Paulo cita as palavras de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. Jesus ordena, portanto, aos seus discípulos, constituindo-os sacerdotes do Novo Testamento e àqueles que na Igreja participariam ministerialmente do seu sacerdócio pela ordenação que repetissem essas suas palavras, esse seu gesto de geração em geração, até a sua volta.
Agradeçamos a Jesus a instituição da Eucaristia, memorial, atualização do sacrifício da cruz, presença salvífica de Jesus em nosso meio, alimento espiritual e garantia de vida eterna. Rezemos pelos nossos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais para que não nos falte santos qualificados e numerosos ministros para anunciar a Palavra de Deus, administrar os sacramentos e servir o povo de Deus.
No lugar da instituição da Eucaristia, São João narra a cena do Lava-pés.

Durante a ceia com seus discípulos, “Jesus levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Participar da Eucaristia, comungar o corpo e o sangue de Cristo, é comprometer-se a fazer da própria vida uma entrega fraterna e solidária aos nossos irmãos, especialmente, aos mais necessitados, os enfermos, os pobres, as pessoas com deficiência, os anciãos, as crianças. É importante que ao procurarmos ajudar os outros, contribuamos para que aqueles que ajudamos sejam sujeitos de sua própria promoção e não só destinatários de mera assistência, de simples ajuda. Dessa forma, estaremos colaborando para a promoção das pessoas e evitando o perigo de continuar perpetuando a desigualdade social.
(Texto de: Dom Raymundo Damasceno Assis - Arcebispo Metropolitano de Aparecida - SP, disponível em: http://www.cantodapaz.com.br/blog/09-o-que-e-a-quaresma/quinta-feira-santa/)


PS: Também é neste dia que o óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo Bispo para ser usado nas celebrações do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordenação.
Sempre que houver celebração com óleo, deve estar à disposição do ministro uma jarra com água, bacia, sabonete e toalha para as mãos.

Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos.

Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia.
O motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:
Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar "o bom perfume de Cristo". É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os "escolhidos" que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como "extrema-unção". Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.


2 comentários:

  1. Coração Eucarístico de Jesus, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade. Amém.

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  2. Coração Eucarístico de Jesus, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade. Amém.

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